sábado, 25 de janeiro de 2014

Como legado dos Jogos Olímpicos, Amapá quer fortalecer o tênis de mesa

Três medalhas nos Jogos Escolares de 2013, disputados em Belém, terceiro colocado na disputa de duplas nos Jogos Sul-Americanos Escolares, em 2010, e campeão juvenil estadual, em 2012. Esses são alguns dos títulos conquistados pelo atleta do tênis de mesa Caio Silva, um dos expoentes da modalidade no Estado. Aos 17 anos, o mesatenista é uma das apostas do Projeto Amapá Olímpico, iniciativa que conta com o apoio da Federação de Tênis de Mesa do Amapá (FTMA) e tem como objetivo desenvolver a modalidade no extremo Norte do país.
Por meio da estruturação da modalidade no Estado, os dirigentes locais buscam contribuir para que os atletas amapaenses representem o estado de origem em competições de nível nacional, visto que muitos acabam se mudando para treinar e competir por outras unidades da Federação.
"Queremos mostrar para o Brasil e para o mundo o valor e qualidade do povo amapaense. Nossa miscigenação é extremamente favorável à prática esportiva e precisamos trazer para cá políticas públicas capazes de atender com instalações físicas e capacitação de recursos humanos uma demanda reprimida dentro do universo escolar de mais de 700 alunos que escolheram o tênis de mesa como esporte principal", comenta o presidente da FTMA, Alan Cardoso.
Segundo Caio – que conta com o apoio do programa Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte para custear os materiais de treinos –, a iniciativa já contribuiu para o aumento de praticantes do tênis de mesa no Amapá.
"O Norte e o Nordeste têm desenvolvido uma ótima estrutura para o tênis de mesa, além de ter um importante trabalho com técnicos, que é desenvolvido pela Federação. Competir pelo estado onde nasci influencia no aumento do número de praticantes de tênis de mesa aqui. Além disso, a visibilidade que a modalidade terá nos Jogos Olímpicos de 2016 também contribuirá para difundir a modalidade no país", diz o atleta, que tem como ídolo no esporte o mesatenista cearense Thiago Monteiro.
"Gosto muito do estilo de jogo dele. Assim como eu, ele joga com a empunhadura clássica", enfatiza Caio, referindo-se ao modo como os atletas do tênis de mesa seguram a raquete durante a partida.
O recente resultado nos Jogos Escolares de 2013, em Belém, apenas concretizou o desempenho de Caio, que já havia participado de mais quatro competições escolares nacionais, conquistando duas pratas em Fortaleza (2010), um ouro em Curitiba (2011) e um ouro e um bronze em Cuiabá (2012). Até 2016, o atleta promete conseguir mais títulos e intensificar a rotina de treinos para buscar uma vaga para disputar sua primeira competição olímpica.
"Os trabalhos irão continuar e todos os meus treinos serão voltados para 2016. Minhas expectativas são as melhores. Chegar lá já é um sonho, e estrear em casa vai ser ainda melhor", afirma.
Investimento nacional
Em 2013, foram firmados quatro convênios – no valor total de mais de RS 9,1 milhões – com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) para o desenvolvimento da modalidade no país. Entre os recursos repassados está o montante de RS 1.789.460,82 para a estruturação de quatro centros de treinamentos da modalidade – em São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo e Santos – e ajuda de custo para sete atletas da seleção brasileira. A parceria também prevê a contratação de comissão técnica, incluindo dois treinadores estrangeiros e a aquisição de equipamentos e materiais para a modalidade.
Outro convênio, no valor de R$ 3.493.047,44, prevê a participação dos atletas das categorias adulto e jovem em competições internacionais e sessões especiais de treinamento, em Paris, na França.
"Os investimentos foram muito importantes, pois antes treinávamos com material nacional ou material importado que já estava desgastado. Agora temos a oportunidade de treinar em diferentes materiais. Além disso, pela primeira vez num ciclo olímpico temos a oportunidade de participar dos principais eventos do circuito mundial e contar com os melhores treinadores e especialistas na área de ciências do esporte", destaca Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
Jorge Bitencourt/Sedel

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