Para
saber aonde você vai chegar é preciso valorizar suas origens. Assim o ex-meio-fundista brasiliense Joaquim
Cruz, radicado há 30 anos em San Diego, Estados Unidos, proferiu palestra na
manhã de sexta-feira, 5, no Café com Incentivo. O encontro, realizado pelo
Ministério do Esporte, teve a finalidade de incentivar, integrar e aproximar os
servidores dos projetos desenvolvidos com recursos da Lei de Incentivo ao
Esporte, além de vivenciar experiências positivas de atletas brasileiros na
área esportiva.
Joaquim
fez uma exposição sobre sua trajetória mostrando que tudo o que viveu está
associado à história de vida de sua mãe, de quem ele herdou o espírito
aventureiro. “Minha mãe preparou todo o ambiente, mesmo inconscientemente, para
eu me tornar um atleta”, afirmou. A mãe de Joaquim saiu da cidade de Corrente,
no Piauí, em um pau de arara, grávida do atleta para encontrar com o marido,
que já morava no Distrito Federal. A viagem não deu certo, mas o sonho
persistiu e virou realidade com a chegada da família a Taguatinga Norte.
O
esporte sempre fez parte da vida do atleta que desbravava o cerrado de
Taguatinga matando passarinhos e colhendo frutas. “Não fiz pré-escola. Minha
pré-escola foi a rua, o futebol, a exploração do cerrado”, disse. Filho de
trabalhador da indústria, Joaquim estudou no Serviço Social da Indústria (Sesi)
de Taguatinga, onde tudo começou. Pela manhã estudava, fazia educação física à
tarde, e nos fins de semana voltava para assistir TV.
No
Sesi o atleta jogava basquete, mas um professor o incentivava a treinar no
atletismo, embora não aceitasse bem a ideia. Aos 13 anos, Joaquim mostrou
grande talento como júnior. Aos 15 anos, conseguiu a marca de 1min51s nos 800
metros. Após estabelecer o recorde mundial juvenil de 1min44s3 no Troféu Brasil
de Atletismo no Rio de Janeiro em 1981, ele recebeu uma bolsa de estudos
norte-americana na Universidade de Oregon, em 1983, em que correu o famoso
corredor Steve Prefointane.
A
mudança para os Estados Unidos mostrou ótimos resultados. Cruz venceu os 800m
no campeonato colegial americano NCAA no mesmo ano. Em Helsinque ganhou a
medalha de bronze. Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, na prova final, Cruz
conquistou a medalha de ouro e estabeleceu um novo recorde olímpico. Após os
Jogos Olímpicos, Cruz quebrou mais um recorde brasileiro nos 800m em uma
competição em Colônia, na Alemanha. Até julho de 2010, Cruz era o terceiro
atleta mais rápido na história do evento.
Mesmo
morando longe, Joaquim Cruz desenvolve no Distrito Federal o Programa Rumo ao
Pódio Olímpico, com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, que funciona no
Centro Olímpico de Ceilândia, no Parque da Vaquejada. O programa atende hoje
cerca de 30 atletas, a maioria de escolas públicas, que serão treinados com o
objetivo de buscar a vitória nos Jogos Olímpicos de 2020. O programa captou
recursos da Tetrapak, empresa contemplada com o prêmio Empresário Amigo do
Esporte.
Em
San Diego onde vive com a família, Cruz trabalha no Centro Olímpico da cidade,
treinando atletas olímpicos e paralímpicos, além de desenvolver um trabalho com
feridos de guerra no Hospital Naval de Sain Diego, três vezes por semana.
“Continuo sonhando com o esporte e treinando o atleta para chegar onde cheguei,
embora a decisão seja dele.”
Cleide
Passos
Ascom
– Ministério do Esporte
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