segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Joaquim Cruz expõe trajetória de vida com Incentivo do Ministério do Esporte



Para saber aonde você vai chegar é preciso valorizar suas origens.  Assim o ex-meio-fundista brasiliense Joaquim Cruz, radicado há 30 anos em San Diego, Estados Unidos, proferiu palestra na manhã de sexta-feira, 5, no Café com Incentivo. O encontro, realizado pelo Ministério do Esporte, teve a finalidade de incentivar, integrar e aproximar os servidores dos projetos desenvolvidos com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, além de vivenciar experiências positivas de atletas brasileiros na área esportiva.

Joaquim fez uma exposição sobre sua trajetória mostrando que tudo o que viveu está associado à história de vida de sua mãe, de quem ele herdou o espírito aventureiro. “Minha mãe preparou todo o ambiente, mesmo inconscientemente, para eu me tornar um atleta”, afirmou. A mãe de Joaquim saiu da cidade de Corrente, no Piauí, em um pau de arara, grávida do atleta para encontrar com o marido, que já morava no Distrito Federal. A viagem não deu certo, mas o sonho persistiu e virou realidade com a chegada da família a Taguatinga Norte.

O esporte sempre fez parte da vida do atleta que desbravava o cerrado de Taguatinga matando passarinhos e colhendo frutas. “Não fiz pré-escola. Minha pré-escola foi a rua, o futebol, a exploração do cerrado”, disse. Filho de trabalhador da indústria, Joaquim estudou no Serviço Social da Indústria (Sesi) de Taguatinga, onde tudo começou. Pela manhã estudava, fazia educação física à tarde, e nos fins de semana voltava para assistir TV.

No Sesi o atleta jogava basquete, mas um professor o incentivava a treinar no atletismo, embora não aceitasse bem a ideia. Aos 13 anos, Joaquim mostrou grande talento como júnior. Aos 15 anos, conseguiu a marca de 1min51s nos 800 metros. Após estabelecer o recorde mundial juvenil de 1min44s3 no Troféu Brasil de Atletismo no Rio de Janeiro em 1981, ele recebeu uma bolsa de estudos norte-americana na Universidade de Oregon, em 1983, em que correu o famoso corredor Steve Prefointane.

A mudança para os Estados Unidos mostrou ótimos resultados. Cruz venceu os 800m no campeonato colegial americano NCAA no mesmo ano. Em Helsinque ganhou a medalha de bronze. Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, na prova final, Cruz conquistou a medalha de ouro e estabeleceu um novo recorde olímpico. Após os Jogos Olímpicos, Cruz quebrou mais um recorde brasileiro nos 800m em uma competição em Colônia, na Alemanha. Até julho de 2010, Cruz era o terceiro atleta mais rápido na história do evento.

Mesmo morando longe, Joaquim Cruz desenvolve no Distrito Federal o Programa Rumo ao Pódio Olímpico, com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, que funciona no Centro Olímpico de Ceilândia, no Parque da Vaquejada. O programa atende hoje cerca de 30 atletas, a maioria de escolas públicas, que serão treinados com o objetivo de buscar a vitória nos Jogos Olímpicos de 2020. O programa captou recursos da Tetrapak, empresa contemplada com o prêmio Empresário Amigo do Esporte.

Em San Diego onde vive com a família, Cruz trabalha no Centro Olímpico da cidade, treinando atletas olímpicos e paralímpicos, além de desenvolver um trabalho com feridos de guerra no Hospital Naval de Sain Diego, três vezes por semana. “Continuo sonhando com o esporte e treinando o atleta para chegar onde cheguei, embora a decisão seja dele.”


Cleide Passos
Ascom – Ministério do Esporte

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