De acordo com dados recentes da Secretaria Nacional de Segurança Pública, no Brasil, o índice de mortos por homicídios é de 24,5 vítimas para cada cem mil habitantes. No estado do Amapá, esse número chega a 48,13, o que torna o Amapá o estado com maior índice de violência do país. Além disso, o estado figura entre os 5 primeiros em números de roubos e furtos.
Os índices de violência no Amapá crescem em razão de inúmeros fatores, um deles é o aumento explosivo e desorganizado da população. A taxa de desempregados no estado está em 13,1% e a região também foi a única a apontar aumento da desigualdade. O Índice de Gini, que considera os rendimentos do trabalho, era de 0,479, em 2008, e saltou para 0,490, em 2009, na contramão de todas as demais regiões.
A evasão escolar também aponta a situação de vulnerabilidade que atinge os jovens do estado. No ano de 2008, a evasão escolar em Macapá chegou a 30%, fato que deixa o estado sensivelmente preocupado com o futuro dos jovens da região. O acesso às políticas públicas é quase nulo, retrato disso é o saneamento básico, onde o déficit chega a 97,36, tornando o Amapá o pior estado brasileiro em saneamento.
É importante entender que a violência urbana é um dilema nacional. De acordo com o Mapa da Violência/2011, elaborado pelo Ministério da Justiça, entre 1980 e 2008, os dados mais recentes, as mortes violentas no Brasil cresceram 76%, chegando a 45 mortes por 100 mil habitantes. Os números mostram que o alvo preferencial são homens, com idades entre 15 e 59 anos, afetando especialmente a força de trabalho jovem do país.
O Estado do Amapá vive nesse inicio de 2012 um momento muito
delicado e é preciso que esta situação seja reconhecida tanto pelo setor público como pelo setor privado.
Os últimos registros sociais não deixam mais qualquer dúvida sobre a necessidade desses dois setores intervirem, de preferência conjuntamente, para que a situação não fuja completamente do controle.
As repetidas ocorrências policiais, com homicídios qualificados, assaltos cinematográficos, inclusive com reféns, saidinhas de bando, apreensão de drogas, têm mostrado que Macapá e Santana, principalmente, estão escancarando uma situação social nova e que é um desafio atrevido para as autoridades e um risco real para a liberdade das pessoas que vivem em Macapá ou Santana.
São diversos os pontos que podem estar levando a uma situação de insegurança e os especialistas, responsáveis por essas áreas, estão demorando a oferecer para a população as medidas preventivas que possam evitar esses acontecimentos, todos novos, para a população local.
O que fazer com essa triste realidade? Fazer vista grossa ou enfrentar o problema de frente?
Um dos desafios do governo é operacionalizar programas esportivos, principalmente nos bairros periféricos, que tenham como características evidenciar a realidade dos jovens e buscar
possíveis soluções para a questão da violência que os atinge. Oferecer esporte aos jovens de bairros com altos índices de insegurança e diminuir a exposição deles à violência é um caminho a ser perorrido por todos: governo, poder judiciário, prefeituras, entidades civis, órgãos de segurança e entidades de defesa dos direitos humanos.
A iniciativa do governador Camilo Capiberibe de estabelecer cooperação na área esportiva com Cuba é um grande passo. Não somente pra massificar o esporte entre os jovens e crianças, mas formar grandes atletas amapaenses e verdadeiros cidadãos de boa índole moral e cidadã.
Ás vezes ficamos pensando como um país como Cuba, pequeno e cercado por um bloqueio econômico desumano consegue ser uma das maiores potências no esporte?
Penso que a resposta está na união de seu povo em torno de seus líderes e seu regime. Na determinação que todos tem em superar as suas dificuldades e construir um país livre. Na persistência e na otimização de seus recursos materiais e humanos. Um bom exemplo a ser seguido por nós.
O estado do Amapá tem grandes problemas (próprio de um estado novo), mas se não investir nas suas crianças e seus jovens, estará fadado qualquer projeto de desenvolvimento.
Acredito muito na capacidade de realização de nosso povo. Juntos, com investimento e vontade política construiremos uma grande rede de proteção social e incluiremos nela milhares de crianças e jovens que hoje vivem ao relento e vulneráveis à maldade do mundo. Mãos à obra então.
José Luiz A. Pingarilho
(Secret. Esporte do Estado do Amapá)
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